10/05/2016

Operações Especiais - crítica (por Kyka Freitas)



"Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra ahh ahhh" (Pitty - Teto de Vidro)

Com essa música tema como pano de fundo, Operações Especiais é um dos melhores filmes policiais e nacionais do ano.Cléo Pires vem como Francis, uma jovem policial novata que ingressou na corporação após presenciar um crime no hotel que trabalhava, passou a se interessar por investigação criminal e até então tem recebido trabalhos apenas administrativos em sua lotação. Por causa destes trabalhos bem sucedidos é enviada em missão para o Delegado Paulo Froes (Marcus Caruso), com apenas 3 meses de experiência, Francis nunca passou por uma situação tensa até chegar na Delegacia do Morro da Ressurreição. 


A Cidade de São Judas, interior do Estado do Rio de Janeiro, está acostumada com o tratamento corrupto da polícia e milícia local, dominados pelo tráfico de drogas e pagamentos gordos de diárias aos policiais desonestos do local. Dias antes um crime na cidade choca por deixar duas crianças mortas e o caso sem solução, no histórico, tem policial envolvido mas, com a chegada da turma de 20 policiais à cidade para dar um basta a isso, sua rotina se torna fora do normal. A grande missão desse grupo é resgatar sua dignidade e a confiança dos moradores de São Judas. 


No começo Francis não é bem recebida pelos colegas por ser mulher, fazem builliyng com ela, acham que não é de nada e fazem chacotas com seus dizeres rotineiros. Só que a coisa começa a mudar de figura quando um bandidinho é preso e ele só confia a ela contar o que há por trás deste crime das crianças. A informação é importante e Francis descobre que a delegacia onde está lotada tem uma milícia atuante dirigida por um ex-colega de farda chamado Louzada (Antônio Tabet). 


O único policial que a apoia é o Décio (Fabrício Boliveira), com quem depois tem um breve caso por estarem íntimos e sozinhos. Francis finalmente sobe o morro e o filme é muito positivo nisso, pois temos cenas onde ficamos de frente a frente com o perigo real, creio que posicionaram propositadamente uma câmera ao ombro de Cléo Pires para termos essa visão da ação policial adentrando uma boca de fumo, essas cenas deixam você numa grande expectativa e adrenalina. Gostei muito dessa parte! Por outro lado também mostra com muita visão o que é ser mulher e ter medo e fragilidades expostas nua e crua numa situação de risco extremo, além de ter começo de depressão e só dormir depois de tomar medicações para diminuir sua adrenalina. O filme acerta muito nesse quesito. 


A população observando o trabalho começar a ser feito de verdade, passa a dar crédito a turma e começam a abrir a boca sobre os crimes locais, um a um bandidos vão sendo presos até que as propostas indecentes começam a chegar na mesma velocidade. Bom, são honestos, certo? É aí que por causa da honestidade da turma, a situação muda de figura, e de policiais gente boa, a população começa a ignorá-los, por serem reféns das milícias locais, ruins com eles, mas vai ficar muito pior sem eles. Só aqui mesmo isso! 


Para assistir a este filme você precisa ter sangue frio e ter atenção aos detalhes que vão desde traições em amizade até perda de pessoas queridas. Sinceramente tirando alguns sites que fazem crítica e só falam mal dos filmes nacionais, gostei muito de Operações Especiais, ele consegue te prender do começo ao fim, embora Cléo Pires seja uma atriz de cinema em ascensão, não deixou a desejar no quesito ação. (Nota 8,5/10). Recomendo.







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