Quero Matar Meu Chefe (Horrible Bosses), EUA, 11.
Direção de Seth Gordon. Warner. 98 min.
Com Justin Bateman, Kevin Spacey, Colin Farrell, Jason Sudeikis, Charlie Day, Jennifer Aniston e Donald Sutherland.
Não é de se estranhar que as comédias estejam cada vez mais ousadas e atrevidas quando se vê que as próprias séries de TV mostram cenas de cama e falam francamente de órgãos sexuais (vejam Dois Homens e Meio).
Parece um caminho natural que também esta trilhando a comédia nacional e que se reflete nesta nova comédia, que vai mais longe ainda do que o Se Beber não Case 2. Confesso que, em um primeiro momento, me assustei um pouco, surpreso, inclusive, de ver uma estrela como Jennifer Aniston falando palavrões e piadinhas muito fortes. Sem medo de se comprometer e fazer chanchada.
Mas, aos poucos, fui me rendendo quando percebi que, no fundo, a intenção era mais ingênua, estava bem próxima dos antigos Os Tres Patetas. As semelhanças são claras: nenhum dos três heróis é muito inteligente, muito pelo contrário, são trapalhões, desastrados e vivem se estapeando! Claro que são patetas atualizados no que seria uma versão masculina e muito mais farsesca de Como Eliminar seu Chefe, que por sua vez é uma variante do velho Cavalo de Batalha do teatro e da literatura, a história dos que tentam matar o tio rico para ficar com a fortuna e sempre terminam em desastre.
Essa variante é em cima de três amigos que trocam confidências todas as noites na happy hour. Justin Bateman é Nick que é humilhado e explorado de todas as formas pelo patrão muito rico, arrogante e grosseiro (típico personagem de Kevin Spacey) que lhe promete uma promoção, mas depois lhe nega, porque resolve acumular cargos. Dale (Charlie Day, da série It's Alway Sunny in Philadelphia e Amor à Distância) é um bom rapaz judeu que está noivo e apaixonado, mas tem dificuldades de resistir as abertas tentativas explicitas de sedução e assédio por parte da sua chefe, que é uma dentista (Aniston). E, finalmente, Kurt (Jason Sudeikis do Saturday Night Live e The Cleveland Show), que é um cordato funcionário de uma firma cujo patrão (Donald Sutherland) morre inesperadamente e é substituído por seu filho drogado e escamoso (oportunidade para Colin Farrell fazer uma caricatura um pouco exagerada) que vai levar a firma à falência.
Não espere sutilezas, mas a verdade é que as confusões vão acontecendo e o filme vai ficando engraçado. Eu não consegui resistir e acabei rindo bastante. A direção é de Seth Gordon que fez Surpresas do Amor e antes bons documentários como The King of Kong eFreaknomics.
Na verdade, nada tenho contra comédias mais liberais (aqui tem uma piada perto da escatologia) e parece provável que faça sucesso aqui porque comédia tem sempre seu público certo.
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